Oi, gente!
Vocês se lembram do caso que contei há uma semana de uma mulher grávida que estava internada em um hospital do Texas e cujo marido queria desligar os aparelhos alegando que a esposa não queria ser mantida viva se tivesse morte cerebral? Pois bem, foram dois meses de uma batalha que chegou ao fim. Na última sexta-feira, um juíz de Fort Worth, onde fica o hospital, decidiu que fosse removido qualquer método artificial que estivesse mantendo a respiração da paciente. Ontem, os aparelhos que faziam o coração e o pulmão de Marlise Munoz funcionarem foram desligados.
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A mulher estava entrando no quinto mês de gestação, por isso o dilema. Enquanto a família brigava para que os médicos não mantivessem o corpo funcionando por meio de máquinas, o Hospital John Peter Smith argumentava que esse era o procedimento previsto pela lei estadual no caso de uma gravidez.
Semana passada comentei o caso aqui, questionando se a mãe teria o mesmo desejo (de que desligassem os aparelhos) no caso de estar grávida. Não questionei o papo da mulher com o marido, até porque eu mesma já combinei com o meu que quero ser cremada. Também não questionei o desejo dela de não ser mantida viva caso algo acontecesse, cada um tem uma opinião para um momento complicado como esse. Questionei apenas o fato desse dilema no momento em que ela estava gerando um bebê. Não daria pra esperar até o parto e, depois, desligar os aparelhos? Agora chega a informação que o feto era "distintamente anormal" e seu desenvolvimento não era "viável". O feto teria sofrido graves consequências pela falta de oxigênio no momento da embolia pulmonar, quando foi declarada com morte cerebral. O juíz ressaltou que, se estivesse viva, a mãe teria abortado diante dos danos sofridos pelo feto.
Não vou dar minha opinião com relação ao que faria se estivesse no lugar dessa família porque é fácil dar palpite quando a questão não é com a gente. Mas confesso que meu coração fica angustiado de imaginar uma gravidez interrompida na 22a semana de gestação, sem o consentimento da mãe.
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