Presídio no DF tem 67 detentos hipertensos. Genoino é o caso mais grave, diz médica

A médica que atendeu o ex-presidente do PT e deputado licenciado José Genoino (SP) afirmou, em entrevista exclusiva ao R7, que o sistema prisional do Distrito Federal nunca recebeu um preso com o quadro de saúde como o dele. Apesar da gravidade do quadro de saúde, Genoino tinha, na mesma ala da Penitenciária da Papuda, onde ficou preso por seis dias, outros 67 colegas detentos que sofrem com pressão alta — doença como a dele.
Todos são monitorados, mas nenhum tem quadro tão delicado quanto o do deputado, segundo a gerente da Saúde Prisional da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Larissa Feitosa de Albuquerque Lima Ramos. De acordo com Larissa, que trabalha há dez anos no sistema de saúde prisional, o caso dele preocupou os médicos da equipe de atendimento aos detentos na Papuda. Para a médica, o estresse sofrido no ambiente da prisão contribuiu para a piora do caso de Genoino, que teve picos de pressão alta e chegou a cuspir sangue. Larissa acompanhou Genoino, na última quinta-feira (21), quando o deputado foi internado, e afirmou ao R7 que ele sofria de falta de ar e cansaço. Segundo a médica, o petista dizia: “Não quero mais sentir isso”. — Dos 1.600 presos do CIR [Centro de Internamento e Reeducação], ele era o quadro mais grave. Na verdade, de todo o sistema prisional, nunca recebemos um caso assim, de um paciente que passou por uma cirurgia tão grave. A médica que acompanhou todo o atendimento prestado a Genoino, enquanto ele esteve na cadeia, explicou que a cirurgia pela qual ele passou costuma ter índices de mortalidade de 90%. Durante a cirurgia pela qual o deputado passou em julho, para contornar uma dissecção da aorta — a artéria estava abrindo camadas, o que provoca hemorragias —, foi implantada uma prótese de 15 cm para evitar que ela se rompesse.

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